Alma de Jardineira

segunda-feira, junho 22, 2009

nestes jardins de abril em que respiras.


Há jardins invadidos de luar

Que vibram no silêncio como liras,
Segura o teu amor entre os teus dedos
Nestes jardins de abril em que respiras.

A vida não virá - as tuas mãos

Não podem colher noutras a doura

Das flores baloiçando ao vento leve.

Fosse o teu corpo feito de luar,
Fosses tu o jardim cheio de lagos,
As árvores em flor, a profusão
Da sua sombra negra nos caminhos.

Sophia de Mello Breyner Andresen