náufrago do tempo incerto
Pela dor amassada em lágrimas
nasces devagar asa desfolhada
no recanto letárgico do sono
ninguém te nomeia és tu
náufrago do tempo incerto e amargo
amarrado à tua ilha branca
abres as mão à madrugada
o tacto imerso da luz desce lento
o contorno das casas ritos gestos e gritos
habitam devagar a tua voz
cresces suave contra a parede
de violência cresces inteiro
contra o instinto da morte
A. J. Vieira de Freitas