Creio que foi o sorriso, o sorriso foi quem abriu a porta. Era um sorriso com muita luz lá dentro, apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso. Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Nem sempre um homem é um lugar triste. Há noites em que o sorriso dos anjos o torna habitável e leve: com a cabeça no teu regaço é um cão ao lume a correr às lebres.
(...) Meu jardim, minha cerca, meu pomar. Perpassa a Ideia e mói, como verruma. Falar mas para quê? Só por falar? Já nada quer dizer coisa nenhuma. (...)
Sonho, mas não parece. Nem quero que pareça. É por dentro que eu gosto que aconteça A minha vida. Íntima, funda, como um sentimento De que se tem pudor. Vulcão de exterior Tão apagado, Que um pastor Possa sobre ele apascentar o gado. (...)